Omeprazol e outros inibidores da bomba de prótons: consequências do uso prolongado

Fonte: Google Imagens

por Louise Cristina Oliveira Santos

Os inibidores da bomba de prótons (IBP) formam uma classe de fármacos da qual fazem parte o omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, pantoprazol e rabeprazol. Eles atuam inibindo a produção do ácido clorídrico pelas células do estômago e por isso são utilizados no tratamento de diversas doenças em que é necessária a redução da acidez estomacal (gastrites, úlcera gástrica, úlcera duodenal, esofagite de refluxo, azia, síndrome de Zollinger-Ellison e lesões gástricas). Também são recomendados como medicamentos complementares no tratamento de infecções causadas pela bactéria Helicobacter pylori ¹’².

O uso em curto prazo dos IBP está associado a reações adversas leves e reversíveis como diarreia, dor abdominal, náuseas, dor de cabeça, alterações na pele, flatulência e constipação, que desaparecem quando o tratamento com o fármaco é interrompido. Uma exceção é o risco de choque anafilático, uma reação alérgica rara, inesperada e grave que requer atenção médica urgente¹’².

Porém, o uso em longo prazo pode levar à ocorrência de reações adversas preocupantes e desconhecidas pela maioria da população. Por exemplo, o uso por período igual ou superior a 2 anos pode levar à diminuição na absorção da vitamina B12, vitamina importante para o desenvolvimento hormonal e para a formação dos glóbulos vermelhos (hemácias). Clinicamente os efeitos causados pelo déficit da vitamina B12 podem se manifestar como demência, problemas neurológicos, anemia e outras complicações, às vezes irreversíveis¹’²’³.

O omeprazol é um dos medicamentos mais consumidos da classe dos IBP e seu uso contínuo já foi associado ao desenvolvimento de uma hipersensibilidade ao medicamento, causando uma doença rara nos rins denominada nefrite interstical⁴’⁵. Essa condição leva a uma inflamação dos túbulos renais, gerando alterações que vão desde disfunção moderada até insuficiência renal aguda²’⁴. Seus sintomas iniciais são: perda de peso, erupção cutânea, náuseas, febre e mal-estar²’⁴.

Outra reação adversa relacionada ao uso prolongando e regular (neste caso 1 ano ou mais) dos IBP é a redução nos níveis de magnésio na corrente sanguínea (hipomagnesia), podendo causar aumento da ocorrência de espasmos (contração involuntária do músculo) nas pernas, arritmias cardíacas, convulsões e alterações de ânimo¹’⁶’⁷’⁸. Pacientes que utilizam outros medicamentos que reduzem a concentração do magnésio plasmático, como os diuréticos e a digoxina, têm maiores riscos de sofrerem hipomagnesia ao utilizarem IBP ⁸. A redução dos níveis de magnésio também pode resultar na disfunção da glândula paratireoide, afetando a regulação dos níveis de cálcio, levando a um enfraquecimento dos ossos, aumentando assim o risco de fraturas, principalmente em pessoas idosas ¹’⁶’²’⁷.

O uso dos IBP também pode aumentar o risco de diarreia causada pela bactéria Clostridium difficile⁸’⁹ e resultar em maior suscetibilidade a certas infecções, por exemplo, a pneumonia hospitalar².

Diante desses riscos, percebemos que, como todo medicamento, os fármacos dessa classe devem ser usados somente em casos de real necessidade e com cautela. Recomenda-se aos profissionais de saúde e ao próprio paciente que estejam sempre atentos às reações adversas que podem ocorrer ao longo do tratamento.

Referências
  1. Rúbio, Francisca G. Los riscos del omeprazol. Grupo de Trabajo de Utilización de Fármacos de la semFYC. Medicina de Familia. 2014. Acesso em: 18/08/2014). Disponível em: http://abcblogs.abc.es/medicina-de-familia/2014/06/26/los-riesgos-del-omeprazol/.
  2. Wallace, John L.; Sharkley Keith A.Farmacoterapia da acidez gástrica, úlceras pépticas e doença do refluxo gastresofágico. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12ª edição. AMG. Porto Alegre; 2012. Pág. 1310-1313 2012.
  3. Lam, Jameson R; Schneider, Jennifer L; Zhao, Wei; Corley, Douglas A. Proton Pump Inhibitor and Histamine 2 Receptor Antagonist Use and Vitamin B12 Deficiency. 2013. Acesso em: 18/08/2014. Disponível em: http://jama.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=1788456&resultClick=3.
  4. Savage, Ruth. Omeprazole Induced Interstitial Nephritis. 2000. Acesso em: 18/08/2014. Disponível em: http://www.medsafe.govt.nz/profs/PUarticles/omeprazole.htm.
  5. Australian Prescriber. Symonston. 2007. Acesso em: 10/09/2014. Disponível em: http://www.australianprescriber.com/magazine/30/3/artid/884.
  6. Mouchantaf, Rania. Proton pump inhibitors: hypomagnesemia accompanied by hypocalcemia and hypokalemia. Canadian Adverse Reaction Newsletter. 2011. Acesso em: 18/08/2014. Disponível em: http://www.hc-sc.gc.ca/dhp-mps/alt_formats/pdf/medeff/bulletin/carn-bcei_v21n3-eng.pdf.
  7. NPS Medicinewise. Janeiro, 2014. Disponível em: http://www.nps.org.au/publications/health-professional/health-news-evidence/2014/ppi-risks-in-older-people Acessado em: 11/09/2014
  8. Peck, Peggy. El uso prolongado y regular de inhibidores de la bomba de prótones (IBP) puede depletar magnésio. Sertox. 2011. Acesso em: 18/08/2014 Disponível em: http://www.sertox.com.ar/modules.php?name=News&file=article&sid=3647.
  9. United States of America. Food and Drug Administration. Silver Spring. 2012. Acesso em: 20/08/2014. Disponível em: http://www.fda.gov/drugs/drugsafety/ucm292419.htm.

29 pensamentos sobre “Omeprazol e outros inibidores da bomba de prótons: consequências do uso prolongado

  1. Pingback: 18/11/2014 – terça-feira

  2. No meu caso que sofro de gastrite nervosa e faço uso quase que contínuo do omeprazol, qual a recomendação?

    • Luciano, agradecemos sua participação e pedimos desculpa pela demora. Como sua pergunta envolvia certa complexidade, optamos por uma discussão mais aprofundada entre o grupo.

      Queremos iniciar nossa resposta esclarecendo que não temos condições de avaliar seu caso específico, pois o cuidado de todo o paciente envolve complexidades do indivíduo, seu histórico de saúde e sua terapia atual, fatores que não podem por nós ser avaliados. Dessa forma, nossos comentários devem ser considerados como recomendações gerais que devem ser trabalhadas no contexto de cada indivíduo.

      O omeprazol, como todo medicamento, pode induzir alterações não desejadas e danosas que chamamos de ‘reações adversas’. No entanto, quando os benefícios esperados do efeito do medicamento em um problema de saúde específico superam os possíveis danos, ou quando os riscos de problemas adversos são pequenos, julgamos que o tratamento é válido. Ressaltamos ainda que nem todos os indivíduos que tomam um medicamento desenvolvem reações adversas e que, no caso das reações adversas ao uso prolongado do omeprazol e outros inibidores da bomba de prótons , o risco das reações descritas no texto é pequeno.

      • Como regra geral, é preciso estabelecer claramente a necessidade do medicamento para cada caso, e reavaliar essa necessidade continuamente.

      Num caso como o seu de uso prolongado de um medicamento, revisões periódicas devem ser feitas em relação à necessidade da continuação do tratamento. Converse com seu médico em sua revisão de saúde periódica e reavalie em conjunto com ele seus sintomas, além de rever as metas de seu tratamento.

      • Se o medicamento é necessário, deve-se utilizar a menor dose do medicamento que controle os sintomas, ou doses isoladas quando da ocorrência dos sintomas também podem ser uma opção.

      Além disso, outras opções de tratamento que não se baseiem somente no uso do medicamento podem, e devem, ser consideradas, e outros profissionais de saúde podem apoiá-lo nesse processo terapêutico. Por exemplo, o estabelecimento da menor dose efetiva para o controle dos seus sintomas pode ser conseguido com o apoio de um farmacêutico. A alimentação, e fatores psicológicos particularmente no seu caso, devem ser avaliados por profissionais especializados, como um nutricionista e um psicólogo, pois são fatores que estão diretamente relacionados à gastrite nervosa. A avaliação multiprofissional sobre a origem da sua gastrite pode ser muito interessante para você, e abordagens não farmacológicas podem também ser muito efetivas em diversos casos.

      • Como regra geral, evite o tabagismo e componentes da dieta como gordura, chocolate, cafeína e álcool, que podem agravar os sintomas da gastrite.

      Recomendamos de forma incisiva que você não adote nenhuma medida, seja de retirar ou acrescentar medicamentos ao seu tratamento sem consultar o médico que o acompanha, ou se acreditar necessário, procurar mais de uma opinião médica e de outros profissionais de saúde.

      Considere ainda a utilização de outros medicamentos: a ação de outros medicamentos pode aumentar o risco de uma reação adversa ao omeprazol e outros inibidores da bomba de prótons, e vice versa. O risco de uma reação adversa ocorrer é sempre maior quando muitos medicamentos são utilizados ao mesmo tempo.

      • Lembre-se sempre de conversar com o seu médico e com outros profissionais de saúde sobre todos os medicamentos que você utiliza. Uma terapia medicamentosa nunca deve ser discutida com foco em um único medicamento no caso de haver outros em uso.

      Converse também com seu médico sobre uma possível necessidade de realizar exames periodicamente para a verificação dos níveis de vitamina B12, magnésio, e cálcio. Como regra geral, fique atento a sintomas não usais como perda de peso, erupções cutânea, náuseas, febre e mal-estar persistentes e não associadas a outros problemas de saúde (gripes e intoxicações alimentares por exemplo). Em raros eventos, fraturas no quadril, pulso e coluna sem presença de osteoporose foram também relatas como associadas ao omeprazol e outros inibidores da bomba de prótons. A questão que se coloca aqui é que esses eventos adversos são raros, mas graves, portanto é necessário estar atento para suspeitar do medicamento no caso de ocorrência de um evento danoso associado a ele.

      Enfim, Luciano, riscos todo medicamento tem, porém a questão a ser pesada na decisão com o profissional(s) de saúde que lhe assiste diz respeito também aos benefícios e à necessidade do uso, em qual momento e sempre nas doses adequadas – portanto não retire seu medicamento e nem acrescente nenhum sem a garantia de um bom acompanhamento profissional.

      Equipe Cemed

      Fontes:

      http://www.nps.org.au/publications/health-professional/prescribing-practice-review/2009/nps-prescribing-practice-review-45
      http://www.nps.org.au/publications/health-professional/health-news-evidence/2014/ppi-risks-in-older-people

      • Prezada Vania,
        agradecemos pela participação.
        Continue acompanhando nossas publicações.
        Atenciosamente,
        Equipe Cemed

  3. uso o omeprazal a 20 anos por causa de uma hernia de hiato, a unica coisa que acho que mudou foi minha digestão. sera que posso ter problemas citados no texto acima?

    • Alessandro, agradecemos sua participação e pedimos desculpas pela demora em respondê-lo. Primeiramente, sugerimos que você leia a resposta dirigida ao Luciano, no comentário anterior, já que a pergunta de vocês é de caráter semelhante.
      Gostaríamos de reafirmar que todo e qualquer medicamento pode apresentar reações adversas que podem ser prejudiciais ao organismo, em menor ou maior grau. Em contrapartida, não são todas as pessoas que ao utilizar determinado medicamento irão desenvolver uma ou mais dessas reações adversas, portanto não é possível afirmar se você vai ou não apresentar algum dos problemas citados no texto.
      O mais indicado é que você procure seu médico e discuta com ele o seu tratamento: o uso contínuo do omeprazol é realmente necessário no seu caso? A dose que você utiliza é a mais adequada, ou seja, a menor dose capaz de controlar os sintomas? Existe outra opção que apresenta melhor risco-benefício para o seu caso?
      Lembrando também que no caso de doenças que envolvem o sistema gastrointestinal manter uma alimentação balanceada e adequada, evitar o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas podem melhorar bastante a condição de vida do paciente.
      Realizar exames periódicos e reavaliar seu tratamento de tempos em tempos é muito interessante e aconselhável para evitar o uso desnecessário do medicamento e reduzir os riscos à sua saúde. Converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar exames para verificar os níveis de vitamina B12, magnésio e cálcio, que são os parâmetros que podem se alterar com a utilização contínua do omeprazol. Fique atento aos sintomas relacionados no texto e não deixe de relatá-los ao seu médico caso apresente algum deles. O acompanhamento e a orientação profissional adequada são importantes aliados para obtenção do sucesso em qualquer tratamento.
      No mais, agradecemos sua participação no blog e reforçamos que a retirada ou substituição do medicamento, bem como qualquer outra decisão sobre o seu tratamento não deve ser realizada sem orientação médica.

      Atenciosamente,

      Equipe CEMED.

  4. Tenho 49 anos e fiz uso do omeprazol por conta própria por dois ou três anos. Nos últimos oito meses comecei a sentir dores nos ossos e principalmente uma arritmia cardíaca de fazer medo. Sentia que durante os batimentos cardíacos um ou outro falhava (de 10 a umas 30 vezes ao dia) e como que o próximo após a falha vinha mais forte, uma sensação horrível, achava que ia morrer a qualquer hora. Não sabia da relação desse medicamento com o problema e procurando na internet vi uma relação dos inibidores de bomba de prótons com a arritmia. Parece que ele causa uma baixa de magnésio no organismo, causando as arritmias e pequenos espasmos musculares. Parei de usar imediatamente. Resultado: pararam as arritmias, os pequenos espasmos e as dores nos ossos. Estou usando um complemento de “cloreto de magnésio PA” (por conta própria) pois vi que é essencial e pode ser utilizado indefinidamente. Bem, esse foi minha contribuição. Espero que sirva para alertar, como o artigo que felizmente encontrei na internet e que me livrou de um problema maior.

    • Olá Oton,
      Agradecemos sua contribuição. Nosso intuito é justamente o de alertar a população sobre os riscos existentes e os cuidados necessários ao fazer uso de qualquer medicamento. Todo medicamento pode trazer benefícios e malefícios ao seu usuário, e só deve ser utilizado em caso de real necessidade e com orientação profissional adequada. Logo, a automedicação deve ser sempre evitada, pois tanto iniciar quanto suspender o uso de um ou mais medicamentos pode ser muito perigoso para a saúde.
      É bastante importante que você busque orientação profissional adequada, compartilhe as informações que você nos escreveu e se informe melhor a respeito do uso do “cloreto de magnésio”, verificando se realmente ele é indicado pra você. Alertamos que o consumo em excesso de magnésio também pode causar danos e até óbito devido à hipermagnesemia. Por essa razão o uso de suplementos com elevado nível de magnésio deve ser feito com cuidado e bom planejamento. Os principais sintomas da hipermagnesemia são fraqueza muscular, depressão respiratória, vômitos e rubor cutâneo.
      Sugerimos que você avalie com auxílio profissional a necessidade de realizar exames para verificação dos seus níveis de magnésio, cálcio e vitamina B12, que são os principais componentes que podem se alterar com o uso contínuo do omeprazol. Consideramos também muito importante que você procure um cardiologista e relate os sintomas apresentados durante o uso do omeprazol, principalmente o fato das arritmias. Por fim, o médico ou um farmacêutico poderá auxiliá-lo na determinação da relação de causalidade entre a arritmia apresentada e o uso do omeprazol e, caso confirmada, uma notificação ao serviço de Farmacovigilânica de nosso país seria muito importante.
      Em tempo, aproveitamos para recomendar que você tenha cuidado ao tomar decisões sobre sua saúde a partir de informações obtidas por meio da internet. Existem muitas informações incorretas sobre saúde e medicamentos divulgadas em sites e redes sociais que podem representar risco ao usuário. Nós, do CEMED, temos o compromisso de produzir e divulgar informações baseadas em evidências científicas, entretanto, a orientação adequada e individualizada de um profissional de saúde é indispensável para o sucesso do cuidado à saúde e não deve ser substituída.
      Obrigado pela sua participação no blog.
      Atenciosamente.
      Equipe Cemed.
      Fontes:
      Wan-Tsu W. Chang, Bethany Radin, Michael T. McCurdy. Calcium, Magnesium, and Phosphate Abnormalities in the Emergency Department. Journal of Forensic Sciences. November 2013. Volume 58, n°6. Acessado em: 15/01/2015 ás 11:06 hrs. Disponível em: onlinelibrary.wiley.com
      Aiko Torikoshi-Hatano, Akira Namera, Hiroaki Shiraishi, Yoshitaka Maeno, Hideaki Kato, Masataka Nagao. A Fatal Case of Hypermagnesemia Caused by Ingesting Magnesium Chloride as a Folk Remedy. Emerg Med Clin N Am 32. Page 349-366. Acessado em: 15/01/2015 ás 11:17 hrs. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.emc.2013.12.006

    • Prezado Ivanildo,

      agradecemos pela sua participação.

      A dor de cabeça é um sintoma inespecífico, cujas causas podem ser diversas. É possível que o uso de medicamentos da classe dos inibidores da bomba de prótons cause essa reação adversa, porém, é necessária avaliação individualizada para definir se o medicamento é realmente a causa do problema. Sugerimos que você consulte ao seu médico e não tome nenhuma decisão sobre o seu tratamento antes de conversar com ele.

      Atenciosamente,

      Equipe CEMED

  5. Eu tinha muita azia, mas nunca cheguei a tomar omeprazol ou derivados, apenas uma colher de hidróxido de alumínio, quando tinha os sintomas, então diminuir a quantidade da ingestão de café com leite, e os sintomas (azia) começaram a diminuir, há 06 meses estou a fazer o uso contante de cloreto de magnésio PA, e desde então não sinto mais nada (azia). Estou mantendo o consumo de cloreto de magnésio PA, tem alguma contra indicação?

    • Olá, Emerson! Obrigada pela sua participação no blog.

      Recomendamos que você procure orientação médica antes de prosseguir com o uso do cloreto de magnésio, caso ainda não a tenha feito. Em um dos comentários acima você encontrará mais informações sobre o cloreto de magnésio, pois um outro leitor também nos relatou o uso deste medicamento.
      Respondendo a sua pergunta, o cloreto de magnésio é contraindicado para pessoas com insuficiência renal, doença miocárdia significativa e pacientes em estado de coma.

      Referência: http://reference.medscape.com/drug/mgcl-or-mgcl-2-magnesium-chloride-344446#5

      Equipe Cemed.

  6. Tenho 49 anos e tenho rge tomo omeprazol há mais de 5 anos por prescriçao médica faso uso das seguintes doses 1 comprimido por dia de omeprazol 20 mg sem crise 1x ao dia . nas crises de rge 3x ao dia de omeprazol 20 mg manhã ao acordar antes do almoçar e a noite antes de deitar essa é minha prescrição médica tenho tido escelente melhora mais não cura totalmente o rge só me dá alivio por um tempo pois quemtem rge também tem hernia de hiato e só cirurgia pra have digamos que uma cura.

    • Prezado André,

      Agradecemos pelo seu comentário.

      Ficamos felizes em saber que você tem obtido sucesso em seu tratamento! Continue se empenhando para manter uma boa saúde e não deixe de realizar consultas médicas periódicas para acompanhamento do seu quadro e verificação da necessidade de possíveis ajustes na conduta terapêutica.

      Atenciosamente,

      Equipe Cemed

  7. 62 anos e desde os 30 tenho problema de hérnia de hiato e RGE. Sempre tomei remédios ,melhoro, mas é só parar de tomar volta o problema. Hoje mesmo fazendo acompanhamento com nutricionista, não fumo nem tomo álcool, sigo a dieta a risca, mas mesmo assim sinto a comida voltar, muita tosse e azia. A noite é um terror mesmo dormindo com a cabeceira levantada. Melhorei bastante com esomeprazol magnésico tomei por 6 meses. Bastou parar em menos de 1 semana voltaram todos os problemas. Voltei a tomar o esomeprazol e tudo volta ao normal, nem preciso elevar a cabeceira da cama. A única reação que tenho é boca seca e gosto amargo na boca. A minha pergunta é seguinte: se a entrada do meu estômago é aberta (flácida e com hérnia) é uma coisa física, eu nunca vou sarar pois o remédio não fecha esta abertura. Acredito que ele só muda o ph do estômago e não deixa os líquidos que voltam “queimar” as paredes do esôfago. Não seria melhor operar?

    • Olá, Eliete

      Agradecemos pelo seu contato.

      Infelizmente nós não podemos afirmar qual seria a melhor opção de tratamento para você. Cirurgias de modo geral tendem a ser as últimas opções por serem procedimentos invasivos. No seu caso, em que o tratamento com o medicamento alivia os sintomas, seu médico pode não considerar a cirurgia uma opção válida, devido aos riscos que esta envolve. Converse melhor com ele a respeito dos prós e contras que tanto a cirurgia quanto os medicamentos podem te proporcionar.

      Atenciosamente,

      Equipe CEMED’

  8. Boa tarde, Tenho a doença do esofago de Barret. tomo Lanzoprazol há pelo menos 10 anos e faço endoscopia digestiva uma vez ao ano para controle e biopsias do esofago e do estomago. Sempre dá negativo das biopsias e o esofago de Barret não evoluiu. Não tenho nenhum dos sintomas acima, mas tenho receio sobre a osteoporose. Faço musculação há três anos. Tudo com acompanhamento médico. Minha pergunta é se devo diminuir a dose de lanzoprazol uma vez que nunca mais tive azia ou refluxo desde quando tomo o medicamento e minha dose é de 30mg por dia em jejum.

    • Olá, Carlos

      Agradecemos pelo contato.

      A alteração da dose é uma decisão a ser tomada pelo seu médico, portanto não podemos avaliar seu caso e lhe propor uma nova posologia. O fato de você não apresentar os sintomas de azia e refluxo pode justamente ser devido ao uso contínuo do medicamento. Recomendamos que você procure seu médico, ele deverá avaliar a sua atual condição de saúde e aspectos relacionados a efetividade e a segurança do tratamento medicamentoso. Reforçamos a ideia de que não tome nenhuma decisão sobre o seu tratamento sem antes conversar com seu médico.

      Nos colocamos a disposição para novos esclarecimentos.

      Atenciosamente,
      Equipe Cemed

  9. Oi primeiramente quero parabenizar pelo trabalho de vcs por nos passar informações que possam nos ajudar no dia a dia dessa doença. Gostaria de saber se existe algum tratamento específico para deixar de tomar este medicamento pois tenho gastrite a 3 anos e tomo Pantoprazol 40 MG a 3 anos e nunca melhorei. E o alívio dos sintomas hoje em dia é muito pouco comparado a 1 anos atrás. Pelo meu quadro minha gastrite foi causada por medicamentos para dor de cabeça, má alimentação e nervoso. Não tenho bactéria. Já me falaram que tem como parar de tomar pois é difícil no começo, mas depois melhora. Isso é verdade? Quanto tempo mais ou menos ?

    • Prezado Cláudio,

      Agradecemos pelo seu comentário e pelo elogio! Nossa intenção é contribuir cada vez mais com informações de qualidade para promover o cuidado em saúde dos nossos leitores.

      Como você relatou, o pantoprazol tem aliviado os sintomas, porém não houve uma completa recuperação do quadro apresentado. Logo, recomendamos que você procure um profissional especializado para reavaliar o seu quadro clínico e juntos encontrarem um tratamento adequado e efetivo para a sua condição. Além disso, lembramos que o sucesso no controle da gastrite envolve também a adoção de algumas medidas não farmacológicas, como alimentar-se de três em três horas, evitar alimentos gordurosos e muito condimentados, não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas com o estômago ‘vazio’1. Por isso, ao buscar atendimento profissional, lembre-se de informar:
      • Modo de utilização do pantoprazol: se usa todos os dias ou somente quando sente os sintomas;
      • Se possui alguma outra doença;
      • Se faz uso crônico ou eventual de algum outro medicamento e quais os medicamentos;
      • Se adota medidas não farmacológicas que auxiliam no controle das crises.
      Após o uso em longo prazo, a suspensão dos medicamentos da classe do pantoprazol pode levar a uma produção excessiva de ácido como efeito rebote. Esse efeito ocorre em resposta à inibição prolongada da secreção ácida causada por esses medicamentos. O excesso de ácido produzido pode acarretar em azia, indigestão e refluxo gastroesofágico, talvez por isso haja essa percepção de que o início da retirada do medicamento é difícil. A duração da produção excessiva de ácido após a suspensão do tratamento não é bem definida, pois depende do medicamento (se omeprazol, pantoprazol, esomeprazol, entre outros), dose e tempo de utilização, além da resposta do organismo à terapia2,3,4. Assim não podemos prever quando e se haverá melhora após a retirada do medicamento.

      Atenciosamente,
      Equipe do Cemed.

      Referências:

      1 Mason JM et al. Managing dyspepsia without alarm signs in primary care: new national guidance for England and Wales. Aliment Pharmacol Ther. 2005 [acesso em 2017 mai 10]; 21:1135-43. Disponível em:
      2 Reimer C et. al. Proton-Pump Inhibitor Therapy Induces Acid-Related Symptoms in Healthy Volunteers After Withdrawal of Therapy. Gastroenterology. 2009 [acesso em 2017 mai 22]; 137:80-87. Disponível em:
      3 Gillen D et al. Rebound Hypersecretion After Omeprazole and Its Relation to On-Treatment Acid Suppression and Helicobacter pylori Status. Gastroenterology. 1999 [acesso em 2017 mai 22]; 116:239-47. Disponível em:
      4 Fossmark R et al. Rebound acid hypersecretion after long-term inhibition of gastric acid secretion. Aliment Pharmacol Ther. 2005 [acesso em 2017 mai 22]; 21:149-54. Disponível em:

    • Olá Marluce!
      Agradecemos pelo seu comentário! Ele nos faz acreditar que estamos cumprindo o nosso objetivo de informar sobre medicamentos e contribuir para o uso correto.
      Atenciosamente,
      Equipe Cemed

  10. comecei um tratamento utilizando o Pantoprazol e tenho acordado de noite sentindo dores nas pernas indo para a região do glúteo e que parece mais no osso do que muscular, e é extremamente incomoda. Isso pode ser uma reação? tem apenas 3 dias que iniciei um tratamento junto com um remédio para verme (Annita).

    • Prezado Guilherme,

      agradecemos pelo comentário.

      Existem dados que mostram que os inibidores da bomba de prótons (medicamentos da classe do pantoprazol) podem causar problemas musculares (miopatias) [1]. No caso da nitazoxanida (princípio ativo do Anitta®), não encontramos informações que associam o medicamento a tais sintomas [2]. A literatura também não aponta a existência de possíveis efeitos devidos a interação pelo uso concomitante dos medicamentos mencionados [1,2].
      Porém, para definir claramente se um sintoma é uma reação adversa causada por um determinado medicamento, é necessária uma avaliação minuciosa. Deve-se considerar o intervalo entre o início do uso do medicamento e o aparecimento do sintoma, se não existem outras possíveis causas para o sintoma relatado (outros medicamentos ou condições clínicas), as doses utilizadas e se há correlação com a intensidade do sintoma, entre outras questões. Portanto, é importante que você seja avaliado por um profissional de maneira individualizada para analisar o seu caso e investigar a causa dos sintomas apresentados.

      Atenciosamente,
      Equipe Cemed

      1) Pantoprazole Sodium. Medication Safety. Adverse Effects. In: DRUGDEX® System (electronic version). Truven Health Analytics, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em: http://www-micromedexsolutions-com.ez27.periodicos.capes.gov.br/ (acesso em 21 jul 2017).
      2) Nitazoxanide. Medication Safety. Adverse Effects. In: DRUGDEX® System (electronic version). Truven Health Analytics, Greenwood Village, Colorado, USA. Disponível em: http://www-micromedexsolutions-com.ez27.periodicos.capes.gov.br/ (acesso em 21 jul 2017).

  11. Ola! Tomo lansoprasol há mais de dez anos devido a uma esofagite e hernia de hiato que me causa muitos incômodos, como o refluxo fortíssimo. Nunca pensei em operar, porque o remédio sempre deu conta, mas tomava todos os dias em jejum. Agora estou grávida e tive que retirar o medicamento por ordens da obstetra e estou fazendo uso de ranitidina, contudo, ela não faz o mesmo efeito e as crises de refluxo, mesmo com uma dieta equilibrada, são constantes e avassaladoras. Gostaria de saber se durante esse período da gestação, em que ficarei sem o remédio, o meu problema pode se agravar para algo mais sério, ou se eu insistir na dieta e na ranitidina o problema tente a ficar estacionado. Agradeço muito se puderem me ajudar, pois ja me consultei com vários gastros e não obtive uma resposta precisa.

    • Prezada Camila,

      Agradecemos o contato!

      Somente com um acompanhamento médico adequado e individualizado é possível avaliar a evolução de sua condição de saúde. Em nossas pesquisas não encontramos nenhum registro na literatura que indique precisamente qual será a evolução de um quadro clínico como o seu. Além disso, ressaltamos que qualquer problema de saúde, por mais simples que seja, pode agravar dependendo das particularidades de cada paciente, das características da doença e do desempenho do tratamento.
      Nós, do Centro de Estudos do Medicamento, reunimos algumas informações baseadas em evidências e orientações que devem ser abordadas com os profissionais que te acompanham, para a melhor tomada de decisão a respeito do seu tratamento.
      A doença do refluxo gastroesofágico é uma desordem digestiva que causa sensação de queimação e desconforto. Alguns fatores contribuem para o agravamento dos sintomas, como a hérnia de hiato e a gravidez¹,². Provavelmente, esses fatores podem favorecer a piora dos sintomas nesse momento.
      Tanto o lansoprazol como a ranitidina são indicados para tratamento de refluxo gastroesofágico e esofagite²,³. Geralmente, os medicamentos da classe do lansoprazol são mais utilizados por apresentarem maior eficácia quando comparados aos da classe da ranitidina². Entretanto, para gestantes, os medicamentos da classe da ranitidina costumam ser primeira escolha porque há maior experiência clínica e conhecimento científico sobre sua segurança na gravidez5. Apesar disso, ambos os medicamentos são considerados de baixo risco na gestação 5,6,7,8.
      Sendo assim, sugerimos que você retorne à sua obstetra, pois como não há melhora dos sintomas é importante fazer uma reavaliação e ajuste do tratamento, para que você se sinta bem durante a gravidez. Também existem outras opções de tratamento a serem consideradas no seu caso e medidas não farmacológicas devem ser priorizadas. Além da dieta balanceada, a elevação da cabeceira da cama também pode ajudar no controle dos sintomas do refluxo². No caso da dieta, uma avaliação com um nutricionista pode ajudar, verificando se a alimentação está adequada às suas necessidades nutricionais e do bebê e, ainda, ao seu quadro de esofagite.
      Por fim, recomendamos fortemente que você não tome nenhuma decisão por conta própria, sem acompanhamento médico e de um profissional de saúde capacitado. O uso de medicamentos durante a gravidez exige muita cautela para segurança da gestante e do bebê.

      Atenciosamente,

      Equipe do Cemed.

      Referências:
      1. DRUGS.COM; Gastroesophageal reflux disease (GERD, Heartburn). 2017. Disponível em: https://www.drugs.com/health-guide/gastroesophageal-reflux-disease-gerd.html. Acesso em: 01/09/2017.
      2. Gastroesophageal reflux disease (GERD). In DynaMed [database online]. EBSCO Information Services. Disponível em: http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&site=dynamed&id=113862. Acesso em: 01/09/2017.
      3. Product Information: PREVACID SoluTab oral delayed-release disintegrating tablets, lansoprazole oral delayed-release disintegrating tablets. Takeda Pharmaceuticals America (per FDA), Deerfield, IL, 2014.
      4. Muriele P., Cristiane B., Andréa I. Horn A. Inibidores da bomba de prótons: Revisão e análise farmacoeconômica. Saúde (Santa Maria), Ahead of Print, v.37, n.2, p. 19¬-32, 2011.
      5. Praveen K. Gastrointestinal Disease and Pregnancy. Jan 05, 2016. Disponível em; http://emedicine.medscape.com/article/186225-overview#a4. Acesso em: 01/09/2017.
      6. Uma M., Sunanda K. American Gastroenterological Association Institute Medical Position Statement on the Use of Gastrointestinal Medications in Pregnancy. Volume 131, V.1, July 2006, p. 278-282.
      7. Philip O. Lauren B. and Marcelo F. Guidelines for the Diagnosis and Management of Gastroesophageal Reflux Disease. 108:308 – 328; DOI: 10.1038/ajg.2012.444.
      8. Joel E. Gastroesophageal reflux disease during pregnancy. 32 (2003) 235–261. Disponível em: http://www.gastro.theclinics.com/article/S0889-8553(02)00065-1/pdf. Acesso em: 01/09/2017.

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      Atenciosamente,
      Equipe Cemed

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